AMOR X INTERESSE = JULGAMENTO

Hoje eu resolvi escrever um tema desagradável para a maioria das pessoas que eu conheço, a maioria não quer nem discutir o assunto, mete a sentença e acabou! Existe uma palavra que também une os casais, mas no meio romântico ela é um palavrão que causa arrepios, cara feia e bicos, mas muitos relacionamentos se mantém até hoje por ela.O assunto do post de hoje é a união por INTERESSE.

Vamos combinar, ninguém nunca admite que uma união que não seja sustentada pelo tal amor poderá dar certo, eu penso diferente. Eu tenho certeza que você vai acompanhar o meu raciocínio e vai me dar razão ou não...

Entregamos aos leões aqueles que se unem por interesse, geralmente achamos que é somente pelo dinheiro, mas não é não. Mesmo que fosse, ainda assim poderia ser uma união feliz.
Calma...você deve estar achando um absurdo, espere... eu ainda não terminei, pôxa!!!!

A união vem pela força e o interesse é uma delas. Um " velho" rico se casa com uma moça de 25 anos, e todos apontam o dedão dizendo que ela é interesseira. Ele também é um grande interesseiro, quer se sentir vivo, usufruir da mocidade e se sentir jovem através dela.

Esses " negócios" se realizam com o conhecimento de causa pelas duas partes.Quando algumas pessoas escolhem uma relação baseada no interesse, não é porque elas cospem no amor, mas porque amam os seus desejos mais do que qualquer outra coisa.

Os amores sem amor existem, só não são declarados.Quantas donas de casa aguentam humilhações só para não dividir o seu único bem ou pela dificuldade de arrumar emprego após os 40 anos de idade ? A questão não está no valor monetário, mas no ato de renunciar o amor por uma vida conveniente.

O interesse não é voltado somente para o dinheiro, existem uniões onde o interesse está na beleza, na comodidade, na intelectualidade, na fama, na posição social ou no poder do outro.
Quer um exemplo? Um homem pode não mais amar com êxtase erótico a sua esposa, mas a dedicação dessa mulher ainda o conquista e o mantém interessado. Ele sabe que a organização da família e a ideia de bem- estar vai mantê-lo no casamento para sempre, então opta por abdicar das suas fantasias e paixões.Intimamente ele sofre por não poder mais se entregar, então ele opta pela comoda estrutura familiar, enterrando a sua chance de amar novamente.

Eu não prego aqui o jogo de interesses, prego sim, a retirada da hipocrisia do nosso conceito retrogrado.
Eu escrevo aqui sobre o pré "JULGAMENTO", muitos estão casados por interesse e não se dão conta disso, e com a maior cara de pau, apontam o dedo para os casais que se diferenciam. Seja por serem diferentes na idade, na posição social, na escolaridade ou na raça.

O que faz o amor parecer vulgar, não são as pessoas envolvidas numa trama de interesses, mas o preconceito dos que olham de fora.
Quem sabe assim, fica mais fácil respeitar as escolhas por desejos hum ???

Neste momento existe aqueles que se sentem mais nobres por achar que o amor está em primeiro lugar, outros se sentem mais nobres ainda por saberem exatamente o que querem de uma união.

Eu quero mostrar neste texto que o que impera é o direito de cada um de nós.
A liberdade de escolha é o pano de fundo do post desta semana.
Por mais absurdo que possa parecer os desejos alheios, não temos o direito de julgar ninguém!

" O amor é um desejo irressistível de ser irresistivelmente desejado "
(Robert Frost)

Por Gemária Sampaio