sexta-feira, 3 de abril de 2009

Acorrente-me aos teus pés, só assim terei paz!


“Os homens trataram até agora as mulheres como pássaros que, vindos das alturas, perderam-se e vieram refugiar-se ao pé deles. Enfim, como algo de mais delicado, mais vulnerável, mais selvagem, mais esquisito, mais doce, com mais alma - mas algo que se deve engaiolar, para que não fuja”.(Friedrich Wilhelm Nietzsche)


O ciúmes não é um vilão, eu vejo o ciúmes pelo lado positivo e coloco o lado gostoso desse sentimento na minha relação. Dá uma sensação de que a batalha ainda não está ganha e você não relaxa (no bom sentido) nos cuidados com o outro. O ciúmes potencializa as emoções fazendo o amor se sentir mais forte e o sexo mais apaixonado.Como um remédio tem que ser usado em pequenas doses , uma dosagem alta pode matar.
Muitos tem vergonha de admitir que senti ciúmes, vem o medo de ser ridicularizado pelos amigos, mas assumir esse sentimento faz bem para o espírito e mente.
Ninguém é igual, cada um com o seu comportamento diante da vida, muitos tem a mania de julgar o comportamento alheio, mas por dentro não teriam coragem de declarar os seus sentimentos para não ser criticado; engole seco e faz cara de paisagem para não ser chamado de inseguro ou sufocante. Não tenha medo de encarar os seus defeitos, desde que sejam brandos tenha orgulho de poder falar sobre eles, afinal ninguém é perfeito!
Existe uma atitude que faz qualquer cena de ciúmes cair no vazio: a sinceridade.
Tente dizer apenas três palavras " ESTOU COM CIÚMES" depois de desabafar o seu par vai entender o que se passou, e se ele amar você não repetirá o erro, se é que houve um erro, tudo vai ser esclarecido, basta conversar e fazer do diálogo o terceiro desta relação.
O ciúmes é um sentimento muito parecido com a inveja por isso devemos detectar o que é um e o que é outro, podemos em uma briga não demonstrar o medo de perder o amor ou sentir-se rejeitado no momento, mas querer ser igual ao parceiro por ele ter algum atributos que o outro não possui.
E pode também ser uma mistura dos dois sentimentos, eles se alternam, então não dá para saber o que realmente pode estar acontecendo.
Veja, se for assim a conversa é outra, pois temos que ter e ser alguém que ajude a crescer e não paralisar a vida de qualquer pessoa que nos relacionamos. Ambos são um misto de desconforto, raiva e atormentam aquele que cobiça algo que o outro tem.
O ciúmes doentio não atinge somente o lado amoroso, o doente pode ter ciúmes dos irmãos, filhos, parentes mais próximos e até de coisas materiais com exagero.
Ele marca um território imaginário de posse e marca "colado" tomando conta passo a passo de alguém ou algo. Temos então um caso para um sério tratamento, a paranóia é reconhecida pelo próprio doente mas nada faz com que ele amenize o mal estar da dúvida ou posse.
Para demonstrar ciúmes deve haver um fato concreto e não uma dúvida concreta, a fantasia e o " SE ..." não deve fazer parte de um sentimento normal.
O caso em questão ou demanda deve ter uma explicação plausível, como poderemos explicar algo que só acontece na fantasia do ciumento?Isto é um sinal de que não é um simples ciúmes, mas que estamos dentro de um problema grave.
Grave quando o ciumento não consegue o seu objetivo: submeter o outro ao seu comando, e se não "presta", o alvo será destruir aquele que tem idéias e vontade própria, assim não terá que enfrentar o desafio de ter um par cheio de vida e com possibilidades diferentes no seu dia a dia.
O ciumento patológico é limitado, tem um imenso vazio, geralmente com problemas desda infância. Ele é retraído e tímido, tem um exarcebado orgulho de si, portanto não quer ser diminuído, sendo trocado ou desobedecido, acha que o respeito vem da anulação da vida do seu par.
Quer sentir-se o dono da situação e ver o outro como propriedade, considera o outro como bichos difíceis de governar. Vem daí a vontade de prender, acorrentar fisicamente e espiritualmente, o outro, acontece as ameaças, as calúnias e os assédios morais; fica fora de questão deixar com que o outro tome decisões sem o seu aval.
Esse é um caso onde os amigos e a família deve sim intervir, pois o medo paralisa e deixa a vítima acuada, sem meios de auto proteção, e pode ter também uma dependência financeira ou psicológica no meio dessa história.
Um relacionamento pode ser temperado com muitos sentimentos, o importante vai ser a dosagem e alquimia usada por nós. O amor nos salva ou nos destrói!

Por Gemária Sampaio

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